quinta-feira, 29 de março de 2012

ONDE ESTAMOS COLOCANDO NOSSAS RAÍZES

A Palavra meditada, hoje, está em Lucas 8,16-18:
“Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la debaixo de uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ela é posta no candelabro, a fim de que os que entram vejam a claridade. Ora, nada há de escondido que não venha a ser descoberto. Nada há de secreto que não venha a ser conhecido e se tornar público. Olhai, portanto, a maneira como ouvis! Pois a quem tem será dado, e a quem não tem, até aquilo que julga ter lhe será tirado!”

Mensagem do missionário Márcio Mendes no programa "Sorrindo pra Vida" da TV Canção Nova, desta quarta-feira, dia 28 de março de 2012

sábado, 24 de março de 2012

O AMOR ANTIGO

O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Carlos Drummond de Andrade

sábado, 10 de março de 2012

FILOSOFIA DO PARA-CHOQUE

Era um sábado à tarde. Eu estava num bairro onde nunca tinha colocado os pés, com um endereço anotado num pedaço de papel, dirigindo meu carro e ao mesmo tempo cuidando as placas de sinalização. Parecia uma barata tonta, não encontrava a rua que queria. Nisso o sinal fechou e eu parei atrás de um caminhão, em cujo para-choque estava escrito: “Não me siga que eu também estou perdido”.
Comecei a rir da coincidência, tive vontade de descer e ir até a boleia abraçar meu companheiro de infortúnio. Somos dois, meu irmão. Aliás, somos mais do que dois. Somos muitos. Somos todos.

Para que lado eu dobro se quiser sair deste engarrafamento de emoções, se quiser ter um relacionamento único e estável, um amor que me resgate dos arranques e das freadas súbitas deste meu coração mal-regulado? Às vezes dá vontade de encostar o carro e fazer esse tipo de pergunta para o casalzinho apaixonado que está aos beijos na parada de ônibus.

Devo seguir em frente, sempre pelo mesmo caminho? Tenho vontade de entrar numas ruas sem saída, descobrir o que elas escondem, mas e se eu me atrasar, e se eu me perder, e se ninguém der pela minha falta?

Subo a ladeira ou viro à esquerda? No topo da ladeira tem uma surpresa, no caminho à esquerda tem paixões e tudo o que elas acarretam de bom e de torturante na alma da gente, e aqui onde estou tenho segurança, mas estou estacionado, e estacionado não ando, eu não corro, eu não vivo, o que é que eu faço, que direção eu pego?
Você aí, saindo da padaria, pode me dizer pra que lado fica a juventude eterna?
Com licença, o senhor poderia me indicar o caminho mais rápido para a felicidade?
Garoto, chega aí, você já ouviu falar em paz de espírito? Eu estou perto ou estou longe?
Pé no celerador e sorte, caríssimos. Não sigam ninguém, que estão todos à procura também.

Texto do Livro Coisas da Vida (Cronicas) Martha Medeiros.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O QUE É FACIL...OU DIFÍCIL...

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que se expresse sua opinião...

Difícil é expressar por gestos e atitudes, o que realmente queremos dizer.


Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias...
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios erros.


Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir...
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a verdade quando for preciso.


Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre a mesma...
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.


Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado...
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece.


Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã...
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e as vezes impetuosas, a cada dia que passa.


Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar...
Difícil é mentir para o nosso coração.


Fácil é ver o que queremos enxergar...
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.


Fácil é ditar regras e...
Difícil é segui-las...






(*) Título original: Reverência ao destino (Carlos Drummond de Andrade)